As Comadres

Ela me ligou no fim da tarde dizendo que precisávamos nos encontrar, porque tinha um babado forte pra me contar. Pelo tom da voz e a euforia que emanava dela, percebi que o assunto tinha cabelos cacheados e devaneios filosóficos no currículo.

Nos encontramos depois do trabalho num barzinho que freqüentávamos e depois de falarmos sobre mil outras coisas, ela começou a me contar em detalhes o dia anterior, quando finalmente devorou o professor que desejava desde o início do semestre, com quem mantinha até então, um flerte discreto, recheado de entrelinhas.

Tudo começou numa mesa de bar, os dois sozinhos divagando sobre todos os assuntos possíveis, até que ele colocou seus dedos na boca, chupando-os, enquanto ela suspendia a fala para o encarar:

- Você está me testando?
- Não... ele disse. A palavra é outra... Estou te provocando.

Foi a deixa. A partir dali o papo era apenas sobre sexo, as trepadas mais gostosas, as fantasias realizadas, quem chupava mais gostoso... E enquanto o papo ia rolando, ele colocava a mão em sua coxa, bem perto da xoxota; sussurrava em seu ouvido uma putaria qualquer pra depois dar uma mordida no pescoço fazendo-a arrepiar-se inteira; e ela passava a mão em seu pau duro e mordia a boca e ele arriscava as mãos por dentro da blusa e os dois se beijavam... Uma loucura às três da tarde de uma terça-feira.

E enquanto ela contava eu me derretia inteira, olhando sua boca me invadindo com palavras, com um tesão filho da puta fazendo minha xoxota latejar. E quanto mais ela me via cheia de tesão, quase gozando ali sentada, mais ela contava, mais ela dizia dos dedos por dentro da calcinha, da vontade de sentar no colo dele no bar aberto mesmo, de arrancar seu zíper, de enfiar aquela pica toda ali mesmo e cavalgar indiferente de quem olhava.

Depois de contar toda a peripécia perguntou o que achei.

- Deve ter uma poça na minha cadeira... Brinquei.
- Sério? Ficou muito excitada foi?
- Como não, caralho, com uma história dessas?

Safada, ela chegou bem perto e disse:

- Ah... deixe eu ver...

E deslizou a mão por baixo da minha saia até chegar na virilha e com a ponta do dedão passou o dedo por dentro da calcinha sentindo minha buceta toda meladinha.

- Nossa!
- Pois é... Ta vendo o que você fez? Agora eu vou pra casa desse jeito...

E ela deu uma gargalhada escrota enquanto brindávamos ao sexo e virávamos os copos de cerveja.

Pagamos a conta e andamos um pouco até o táxi, depois de decidirmos que deixaria ela em casa primeiro pra depois tomar meu rumo. Quando o táxi parou em sua porta, nos abraçamos e nos despedimos com o velho selinho, um pouquinho mais demorado. Mas quando ela desceu do carro, não resisti. Paguei e corrida e desci também. Ela me olhava com uma cara de safada e começamos a nos agarrar na rua mesmo, encostadas na porta da casa, ofegantes e encharcadas. A rua estava deserta e nós duas ensandecidas. Se entrássemos acordaríamos seu marido, que pela hora já devia estar roncando.

Desabotoei sua blusa e percorri com a língua o pescoço e os seios, enquanto enfiava as mãos por dentro de sua calça até encontrar a grutinha molhada, deslizando meus dedos pra dentro da vagina e brincando com clitóris, a fazendo estremecer. Enquanto isso ela arrancava minha calcinha e quando menos esperei me empurrou na parede e se agachou, sumindo embaixo da minha saia, atacando minha xoxota com a língua, me fazendo gozar duas vezes seguidas. Ela sabia o jeito certo que eu gostava de ser chupada. Não era a primeira vez que nos comíamos.

Depois foi a minha vez de sentir o seu gozo escorrer na minha boca, enquanto ela esfregava a xoxota em minha cara, me lambuzando inteira, pra depois me puxar pra cima e lamber minha boca, me beijando gostoso enquanto abaixava a calça até os joelhos e levantava a minha saia, só pra sentir o seu pinguelo no meu, só pra sentir as duas bucetas juntas, roçando gostoso, enquanto nos apertávamos e uivávamos como duas cadelas no cio.

Cansadas, felizes e já compostas novamente, sentamos na calçada para recuperar o fôlego, enquanto eu chamava um táxi que me levasse até em casa. Fumamos o último cigarro e depois nos despedimos, combinando o próximo encontro, como duas boas comadres confidentes.

das descobertas.

Ana já percebia que o que sentia por Julia era muito mais que amizade. Sentia-se muito confusa com o que acontecia. Era estranho. Tinha medo. A presença de Julia tornava-se a cada dia fundamental para ela. Sentia uma vontade imensa de estar perto, e um carinho enorme, porém não havia desejo, não havia tesão.

Imagina... não sentia tesão por mulher. Não. De jeito nenhum. Mas dentro de si, um gostar crescente e incontrolável.

Dia desses, resolveu promover um encontrozinho amistoso em sua casa, e Julia apareceu para uma despretensiosa tarde de filmes, pipoca e brigadeiro de panela. Foi uma gostosa tarde de domingo.

Chegando o momento da despedida, como de costume, abraçaram-se carinhosamente. Um abraço gostoso, apertado, com mãos deslizando pelas costas.

Ana respirou forte o perfume no pescoço de Julia... perfume tão suave... Sentiu vontade de permanecer ali, dentro daquele abraço, sentindo aquele cheiro gostoso e acariciando a pele macia. Seu coração batia mais forte.

Sim! A desejava certamente. A desejava tal qual macho e fêmea.

Não resistiu e tocou-lhe o pescoço com os lábios. Sentiu o corpo de Julia arrepiar. Esta a abraçou mais forte, apertando Ana contra seu corpo.

Permaneceram naquele abraço um longo tempo, com as mãos e as bocas a acariciar seus corpos. As bocas procuravam-se sem pressa, deslizando pelos olhos, pelos narizes, pelo queixo, pelo canto da boca... culminando no delicioso encontro de macios lábios.

As mãos ávidas buscavam os seios por debaixo da blusa... e despiam-lhe os corpos.

A boca de Ana navegava delicadamente pelo corpo de Julia. A língua percorria os mamilos, corria pela barriga, brincava com o umbigo. Os dedos exploravam-lhe o sexo úmido. Desceu seu rosto até o púbis com os cabelos acariciando a pele... Sentia o cheiro de seu desejo... beijou seu sexo suavemente e fez sua língua despetalar suas entranhas numa explosão de prazer.

Seus movimentos seguiam-se como um espelho...eram duas, e eram apenas uma, fundidas pelo mesmo desejo.

Aqueles três

Foi assim. Lorena e os irmãos Reinaldo e Raul entraram no táxi juntos meio alegres e bêbados. Chovia muito, torrencialmente na cidade. Lorena desceria antes, eles dois depois. Mesmo bairro. Raul abriu a porta do táxi. Lorena entrou. Ele em seguida. Olhares. Sorriso. Raul era realmente uma graça. Alto, esguio, mas com o corpoo bem definido, braços acintosamente grandes, assim como as mãos, másculas, com veias salientes. Mão de homem. Homem gostoso, melhor assim dizer. Ao contrário do que Lorena imaginava, Reinaldo sentou também no banco de trás. Era parecido, mas diferente. Um pouco mais baixo, tinha a pele mais morena, a boca mais carnuda, uns olhos muito negros, muito redondos e alguma coisa de sacana, não sei se a barba, se o cabelo cacheado, ou os olhos mesmo. Pretos. A tal boca muito carnuda, muito desenhada, esboçava um certo sorriso cínico, passando a língua para umedecer os lábios muito vermelhos, muito rosados. Ela olhava muda a boca dele, enquanto espamava. Queria muito aquela boca entre suas pernas.
Assim, o táxi deu partida. Ela no meio. Eles dois lado a lado dela. Um com a mão em volta de seu ombro. Outro com os pés roçando em sua perna. "Ai de mim..." pensou ela. No trajeto, a conversa passeava por toda sorte de assuntos bons de distrair. O jogo da Argentina. O goleiro. José Sarney e a canalhice do Senado. O show da banda nãoseiquemzinha. Como estava boa a maniçoba de Dona Lili. "Vamos parar no Acarajé de Guilherminda e tomar uma cerveja. A chuva passou, vumbora" propôs Raul. "Hum, não sei, já fica tarde pra eu voltar sozinha" respondeu tímida e preocupada Lorena. "Oxente, Lori, que bobagem. A gente te leva em casa. Não custa nada. Nunca te deixaríamos sozinha numa noite dessas" respondeu Reinaldo, tocando-lhe o joelho. "Está bem".
Se já estavam alegres, a cerveja, a pimenta e o acarajé tanto mais agregaram calor. Sentados na mesinha de plástico, continuavam a tergiversar sobre toda sorte de assunto vago. O Bolsa-família. Bolsa-escola. Bolsa-Cultura. O pré-sal. A nova invasão dos sem-teto. Foi quando chegou nesse assunto que Reinaldo passou a mão por debaixo da mesa e tocou novamente o joelho dela. Tirou o pé da sandálida de couro e passeou pela perna lisinha da moça, que virou de vez a cerveja. Enquanto isso Raul fitava-lhe os olhos e aos poucos tomou-lhe as mãos, beijo-as lindamente, com aqueles olhos miúdos de cerveja, de desejo, de beleza mesmo. "Você é verdadeiramente linda". Ela derreteu-se. Queria beijá-lo. Mas não podia. O irmão já estava com a mão por debaixo da seda do vestido dela, apertando forte suas coxas. Ave maria homem rápido e gostoso aquele. Queria morder aquela boca.
Raul foi ao balcão, comprar uma carteira de Malboro. Ficou Reinaldo, aos poucos dedilhando a vagina dela completamente úmida. Ela puxou seu rosto com força, ali na mesa, beijou e mordeu a sua boca acintosa. Acintosa a boca daquele rapaz. Puxou seu cabelo. "Vamos embora daqui". Ela falou. "Calma, tem meu irmão". É verdade. Tinha aquele homem lindo, voltando com um cigarro entre os dedos...nossa, mãe, que era aquele homem. Reinaldo foi ao banheiro. Ficou Raul. Tão diferente. Olhava para ela e dizia "lindo seu vestido. Diria que é uma espécie de gueixa". Ela orvalhava-se abundantemente. Ora veja bem, não havia como não gostar dessa coisa de homem. De fazer chover com as palavras macias. Ela amava a corte. Tanto quanto amava a mão daquele outro por debaixo da mesa.
"Vamos embora? Já é tarde para irmos andando" intimou a moça, um tanto nervosa. Trêmula, diria. Muito trêmula. Muito excitada. Muito bêbada. Tremendamente bêbada. E absolutamente absorta com o que seria. Caminharam alegremente, ébrios pelas ruas escuras do bairro. Já era alta noite. Em frente a casa dela, a dúvida do que seria. Ela morava só. E tinha uma certa necessidade de zelar pela reputação naquela avenida de casinhas. Se a vissem entrando, bêbada e risonha, com dois homens bem apessoados como aquele, que diriam dela? "Que fodeu com os dois a noite toda, aquela puta". Esse pensamento lhe agradou. Como a chuva que caiu forte. "Entrem, entrem. Espera a chuva passar.
Cruzaram um portão. Cruzaram o outro portão. Abriu a porta. Entra Reinaldo. Entra Raul. Entra Lorena. Fecha a porta. Silêncio. Mão para acender a luz. Mão contra mão no interruptor. "Acende não", disse Raul, correndo a mão pelos braços dela, tocando-lhe os seios, beijando-lhe a boca. Ela cruxou as mãos sobre a nuca dele, enquanto deixava seu quadril encaixar em Reinaldo, que lhe beijava e mordia a nuca. Velozmente, ele despia-lhe o vestido e metia-se por entre as suas pernas, lambendo-lhe muito, muito, muito. Lingua tintilando o clítoris, lambendo dentro, fora, cheirando-lhe a vagina muito perfumada, mordendo as nádegas duras e muito redondas. Raul lhe beijava muito e ela logo gozava, tendo a perna por sobre o ombro de Reinaldo. Quis agradecer-lhe. Dobrou-se para chupar o falo lindo que brotava da calça jeans. Grosso, escuro, delicioso. Pôs na boca muito afoita. Que delícia de pênis, que crescia quase lhe tirando a respiração. Fazia tudo com a bunda muito empinada para Raul, que como o irmão lambia sua vagina, com um outro jeito, passando o rosto pela buceta, enfiando língua, nariz a cara toda. Ele gostava de sentir ela toda. Vendo que ela gostava, lambeu-lhe o ânus, muito muito muito. Devagarinho, para que ela se umedecesse ainda mais. Gemia baixinho e tinha as pernas bambas.
Eles a deitaram na cama. E um veio em cada seio. Os dois tinham a mão em sua vagina. Os dois morderam o seio devagarinho, mas com desejo. Os dedos se encontravam, tintilavam. Não havia como não gozar outra vez. Penetrou-lhe Reinaldo. Ele merecia ser o primeiro, abrindo tudo com seu pau vistoso. Enquanto isso ela segurava nos braços bonitos de Raul e chupava-lhe o pau macio, não menos bonito que o do irmão. Que espetáculo aqueles dois. "Que enfiada gostosa, mano", disse Raul dando um tapa na bunda carnuda do irmão. Deixa eu meter um pouco. Para agradar os dois, ela revesava-se de quatro. Chupando um, permitindo que o outro lhe enfiasse. Até que Reinaldo pôs a lamber-lhe o ânus com tanto esmero, com tanto afinco, com tanta volúpia, puxando lhe o bico do seio enquanto fazia. Ela viu que chegou a hora. Pôs-se de pé e olhou os olhos de jabuticaba dele naquela boa escuridão. "Venha. Venha. Eu quero". Ele pôs se a comer seu ânus com muito jeito, mordendo a nuca dela, qual gatos, fazendo a respiração dela ficar mais densa, mais profunda. O outro assistia masturbando aquele pau sem dúvidas, muito apetitoso. Aos poucos foi se aproximando e devagar penetrando-lhe a vagina. Pensou que ia morrer. Pensou que não ia aguentar. Aguentou, puxando os cabelos de um. Arranhando o peito de outro. Gritou. Gritou de felicidade.
Fodeu com os dois. A noite inteira, até o sol raiar. Aquela moça que bem sabe aproveitar as boas oportundiades da vida.