Camila

Rebeca estava lá parada, encostada no muro, já sabendo que ela chegaria, porém não a esperava. E não esperava principalmente que fosse uma mulher tão sensualmente exuberante; e que a desejaria desde o primeiro momento.
- Vocês já se conhecem?
Alguém perguntou, no que Rebeca respondeu quase mecanicamente, como um macho que acaba de reconhecer a fêmea:
- Não, mas vamos nos conhecer agora.
Falou, olhando-a profundamente nos olhos.
Havia naquele instante muita sutileza. E apesar da maneira peculiar de macho, havia em seus gestos e olhares muita feminilidade.
Trocaram poucas palavras, sobre esses assuntos típicos de mulher: cabelo, homens, enfim, banalidades que se conversam em festas.
Rebeca observava seus lábios carnudos, o que não deixava de ser percebido pela moça, de cabelos esvoaçantes e corpo típico de mulata, que retribuía delicadamente seus olhares.
Logo foi notado, que a moça era assunto de muitas rodas e desejada tanto por homens, quanto por mulheres. Trajava um leve vestido longo branco, de costas nuas, que esculturava seu corpo e suas curvas, principalmente nos quadris e nos seios.
O desejo de Rebeca era crescente e se confundia com o efeito do cognac. Ansiava em sair dali e em se entregar desvairadamente aos seus ímpetos lascivos.
A certa altura da noite, conversavam animadamente, como amigas de longa data... Confidenciavam desejos, sorriam e se tocavam nas mãos e nos braços...e principalmente, olhavam-se deixando transparecer uma crescente atração uma pela outra. Até que, sem nada falar, suas bocas, entreabertas de palavras, tocaram-se. As duas bocas macias se completavam num beijo gostoso, durante um longo tempo.
Tudo era novo... e o anseio em descobrir-se dessa forma fizeram com que Rebeca descesse suas mãos em direção aos seios de Camila... sentiu-os firmes, com os mamilos já endurecidos...“Ah, eu os quero em minha boca”, pensou.
Sentia seu desejo umedecer sua calcinha, seu corpo tremia. Camila retribuía reciprocamente todas as vontades. Rebeca então levou as mãos até seus ombros, fazendo deixar cair a alça do vestido de Camila. Queria sentir a pele dos seios da moça na ponta de seus dedos. Arrepiavam-se de prazer.
Desceu os lábios pelo pescoço até que sua boca tocasse o bico dos seios. Passou a língua de leve, como um pincel, contornando-o. As mãos percorriam suavemente seu corpo até atingir o meio das pernas. Sentiu-a quente.
Seus desejos eram cada vez mais inebriantes e ousados...
Rebeca quis ajoelhar-se e lamber-lhe toda... Camila hesitou, ali não era lugar.
Esquivaram-se uma da outra.
Os corpos pulsando de desejo e da vontade em se entregar.
Permaneceram ali encostadas no muro, uma do lado da outra, com as mãos dadas, sorrindo e sentindo o coração bater forte diante de suas loucuras...
- Amor, vamos?
Era o namorado de Camila. Nada percebeu.
Despediram-se com um longo abraço, e um olhar cúmplice, do saber do que ainda aconteceria.