Entre labaredas e faíscas...

Atrás do sofá, um colchão. A camisola faceira escondia verdades. O beijo, crescente, fazia arder os dois corpos, sedentos pelo nu inevitável. As mãos, ardentes, buscavam rugidos. As línguas lânguidas entrecortavam dentes, o céu da boca, os lábios, a palavra muda. Os corações palpitantes diante do perigo iminente. Um tesão cada vez mais crescente, o não, o sim, o mais um pouco...

De repente, as roupas não cabiam mais. E foram soltas pelo chão que quente, já tremia. Os seios nus, a vênus louca, o pau ereto e tudo encharcado de suor e gozo. Penetrou-a. Um quase grito a perpassar paredes, as pernas abertas, o entra e sai, um devaneio.

Ele morde a boca, ela chupa os dedos, ele beija a nuca, ela estremece inteira. Dois sedentos numa noite escura, o céu lá fora a perpetuar estrelas. O sofá-barreira já não escondia, pois o sexo rubro invadiu a sala. E os dois já surdos não se importavam, pois estavam inteiros a cruzar as almas. Multifacetários, se comiam ávidos. E o que era quente, se tornou faísca.

Duas labaredas a tecer seus versos. E nessa antropofagia desviaram a noite e à madrugada se entregaram inteiros. Eram dois ocultos entre os vultos vivos e entre gritos mudos já não enxergavam. À deriva do gozo, naufragaram livres e entre o grito e o beijo, dois gozados ébrios.

2 comentários:

Frida Cores disse...

definitivamente, eu não posso mais ficar lendo/escrevendo essas coisas...rs.

Anônimo disse...

Nossa, isso sim é um conto erótico. Nada de vulgar e tudo de excitante. Bjooo