Num fôlego só

Fazia tanto tempo que eu já queria experimenta-la, abraçar diferente, mais apertado, pegar ela de surpresa quando estivéssemos em minha casa, batendo papo na cozinha, ela em pé só de calcinha e camiseta lavando os pratos na pia dos fundos, pegar ela de surpresa, colar seu corpo no meu, deixa-la ouriçada com beijinhos  de leve na nuca, mordiscadelas nas orelhas e minhas mãos percorrendo seu corpo aveludado, os braços longos, espinha reta... meus dedos sentindo arrepios infindáveis, pequenos gemidos profundos e úmidos, seu cheiro em minhas mãos, seu pinguelinho latejando, meu desejo embriagado, sua bunda em mim colada e eu roçando nela e tudo fluido, lâmpada acesa, campo minado, respira, respira, respira.... alucina-ação. Fazia tempo que eu queria devora-la, chupa-la inteira, arrancando versos de sua buceta, poemas inteiros. Fazia tempo que eu desejava perder-me em seu cheiro de fêmea excitada, roubando faíscas, invadindo suas bocas com línguas e dentes, seus olhos nos meus, paradas cardíacas, uma só pulsação. Então chegou o dia, na noite madrugada, sem raios, só lampejos, floresta escancarada, seu beijo, meus indícios, e seu gosto em minha boca na manhã que se inicia após o ato consumado.

Um comentário:

Lua Clara disse...

Que massa!
No mundo em que (sobre)vivo encontrei uma boa leitura, do jeito que sempre encarei o sexo. Poesia! O sexo não é nada além de poesia, é como assobiar aquela música que não sabe cantar direito, mas gosta, curte e descobre a cada dia uma estrofe diferente e que algumas palavras que pensava ser, são outras palavras e mesmo assim não se perde a magia.
Amei!