Luara tinha quinze anos quando descobriu que gostava de mulher. Cansada após uma tarde inteira de números, ciências e regras gramaticais, a mocinha de cabelos curtos e seios pequenos entrou no ônibus de todos os dias e, como de costume, se alojou no estreito corredor que dava no fundo, de pé, com a mochila nas costas e de frente pra janela. Gostava de esquecer o caos do coletivo e deixar fluir o tempo através da paisagem.
Distraída, Luara não percebeu como o ônibus lotou rapidamente e entre um pensamento e outro, sentiu faltar respiração no exato momento em que avistou aquela deusa, com um macacão de lycra branco que desenhava cada parte de seu corpo, deixando brilhar sua pele morena, fazendo saltar aos olhos os seus peitos médios, duros, encaixados num decote. Que visão ensurdecedora, pensou Luara num instante breve, tempo suficiente para que a mulher de branco, percebendo seu espasmo, se encaixasse escrotamente entre a janela e o seu corpo, de costas, deixando voar os cabelos, as certezas, os limites...
Que loucura. Que inquietação. Jamais tinha sentido alguma coisa parecida. Luara mantinha-se estática, mas dentro de seu corpo havia uma ebulição, chamas acesas, altamente faiscantes... E seus pelos ouriçados, os bicos do peito apontados na camisa e a respiração profunda e descompassada, entregavam-na à moça safada, que se encostava nela ainda mais, esfregando lentamente aquela bunda arrebitada e desenhada em seu corpo, aproveitando o chacoalhar do ônibus, elevando a temperatura da menina que já estava há poucos passos de gozar.
A menina sentia sua buceta encharcada. "Minha calcinha deve estar completamente molhada", pensou Luara, quando instintivamente tirou uma das mãos da janela para segurar a mulher no momento em que o ônibus fez uma curva aberta, apertando-a ainda mais contra seu corpo. Segundos infinitos. Parecia que ia explodir. E para agravar ainda mais aquela situação, alguém pediu passagem e a putinha de lycra virou de frente, olhou nos olhos de Luara e sussurrou com hálito de menta: que quente aqui... meu nome é Clarissa.
Luara não sabia o que fazer, mas seu corpo já sabia o que queria. Nunca tinha namorado com ninguém, mas sabia beijar bem e adorava se masturbar e sentir-se flutuar após o gozo. Adorava se esfregar em qualquer coisa que encontrasse pela frente, e adorava sentir o cheiro que ficava nas almofadas, depois de gozar roçando o pinguelo loucamente.
- Eu vou descer daqui a dois pontos, disse Luara.
- Eu vou descer com vc.
Luara gozou gostoso na boca de Clarissa, encostada no muro de um bequinho escuro, perto de sua casa, nesse e noutros dias. E com ela descobriu também o prazer de chupar uma buceta meladinha e senti-la latejando em sua língua. Clarissa sumiu de sua vida do mesmo jeito que apareceu: num espasmo, de repente. Depois dela, Luara conheceu outras mulheres, outros homens, novos desejos, outras sensações. Mas seu corpo até hoje se exalta ao lembrar daquela bunda em lycra branca pressionando sua buceta, desafiando seus desejos, configurando seus instintos mais sacanas...